sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Parte III - 2017 - Projeto Roraima o Retorno para SP

Já são mais de 40 dias na estrada.
Marca batida, o Brasil nos pneus da minha Guerreira


O retorno para casa é sempre um momento de emoção.
A felicidade é indescritível.


Dá um sentimento de poder.
Ter tido a oportunidade de pilotar em terras distantes dentro do meu país. 


Durante todo o trajeto não abro mão da segurança.
Uso equipamentos de proteção em todo o trajeto, confesso que é difícil devido as altas temperaturas.
A bagagem deve ser presa com cuidado especial para que nada caia no caminho. 


Aqui não tem sinal de telefonia, internet...
O pagamento nos postos de abastecimento é somente em dinheiro.
Não funciona máquinas de cartão.


Literalmente a estrada é toda minha.
De vez em quando um caminhão cruza por mim.
A solidão é roubada pela beleza do trajeto.
Falta sinalização na pista não tem acostamento, as estradas são abandonadas. 


Pernoitei em Rorainópolis.
Nesta cidade participei ao vivo na Rádio Alto Astral 91.9FM
Aproveito esses momentos para reforçar a importância da mulher...
Associada ao pilotar sem perder a vaidade. 


 Fui recebida por Fagner Cunha (Abutres) e Gisele
Na região norte existe uma união muito forte entre os motociclistas independente da cilindrada.
Já estou no aguardo deste casal em minha casa...


 É  impressionante como o solo é arenoso na Amazônia.
Nas regiões desmatadas vemos a areia que surge.
A preocupação é inevitável, afinal estou no pulmão do planeta.
O único conforto que sinto é do meu banco.
Que foi desenvolvido especialmente para realizar este projeto.
Pensou em Bancos - use Pedrinho Bancos.


 Neste momento deixo o outro lado do planeta.


Volto a faixa de tensão - Reserva Waimiri Atroari
A reserva tem restrição de circulação.


Ela é monitorada por câmeras.
Protegida pela Funai com uma unidade presente dentro da reserva.
A estrada é cravada dentro da mata fechada.


Placas em todo o trajeto pede para não filmar, fotografar, nem parar.
Somos vigiados em todo o trajeto.
Aqui dentro nada pode dar errado.
Portanto faça revisões em sua moto  e abasteça antes de pensar em cruzar a reserva. 


Existe um movimento "Roraima sem Correntes"
A reserva à noite é fechada por correntes.
Só é autorizado circular coletivo de viagens com passageiros.
Carros de passeio, caminhões, motocicletas são proibidos de circulação.


Avistei indígenas ao longo escondidos em meio a mata.
Eles ficam a espreita controlando tudo.
A presença é ostensiva e intimidadora.


Impossível circular sem fazer registros.
A beleza é indescritível.


Hoje compreendo o motivo de procurar informações a respeito daqui e não as encontrar.
O medo paira no ar.


Roraima é refém da intervenção dos índios.
Aqui é um Brasil à parte.
Descobri um Brasil que nunca li nos livros de história.


O argumento contra a circulação de veículos à noite se deve aos animais.
Para não importunar com ruídos a fauna e as comunidades indígenas.
Para que os animais possam circular sem riscos.


Com todos os percalços a felicidade transborda.
É uma mistura de prazer e medo.


Em Presidente Figueiredo fui recebida por Graça Phytotraty
Ela foi a manicure que fez minhas unhas no barco na ida de Porto Velho a Manaus.
Nossa amizade nasceu no barco e carrego até os dias atuais.


 Esta cidade é conhecida pelas incontáveis cachoeiras de diversos tamanhos e formatos.
Cerca de 110km de Manaus, tem mais de 100 quedas catalogadas, grutas, corredeiras.
A BR 174 é seu trajeto principal.
Vale a pena conhecer a capital do Cupuaçu.


Cheguei em Manaus com a despedida de Ceará
Sua moto ficou pronta, foi eu chegar e ele viajar, fiquei com a casa e o cachorro.


Mas Joelmir e Júlia me buscaram.
Não deixaram eu ficar sozinha na casa do Ceará.
Rayane me recebeu de braços abertos.
Júlia a filha do casal é encantadora.


Me levaram para eu conhecer os pontos turísticos de Manaus.
Fui à Ponta Negra, Teatro Amazonas, Arena Amazônia.


A cidade é espetacular.


Não me contive.
Mesmo não tendo apoio da JToledo Suzuki, em nenhuma das minhas etapas.
Fui conhecer a fábrica.
Foi uma mistura de sentimentos.
Decepção e felicidade.
Mas este desabafo ficará para o livro.
Independente da JToledo venci...
Isto é o que importa.


Felicidade pura ser presenteada na Amazônia.
Ganhei um passeio espetacular com a Olímpio Carneiro Turismo.
O Barco circula pelo Rio Amazonas, Rio Negro e Solimões
Tribos às margens
Restaurante dentro da selva.
Contato forte com a fauna e flora.


Participamos de um ritual na Tribo Tuyuca.


Tocamos nos botos.
Momento mágico.


Mas chegou a hora da partida.
Ceará foi ao porto se despedir de mim.
Parto para mais 5 dias de navegação.
Desta vez mais preparada.
Levo comigo seleta de legumes, atum, biscoitos.
Não passarei fome no barco.


Minha rede a "Quindinha" volta em ação.
É uma confusão dormir por aqui.
É uma mistura de odores e roncos nada confortáveis.


Hoje me dei bem no almoço, pude fritar um ovo.
Os hábitos alimentares são bem diferentes da minha realidade.
Adaptar é muito difícil.


Nosso banheiro é um caos.
Neste barco temos 1 feminino e 1 masculino.
Sofrimento geral para mais de 90 pessoas.
Nossa água do chuveiro e lavatório é bombeada do rio.
Ela é turva, barrenta.
Tomava banho e continuava com a sensação de não ter tomado.


Agora a paisagem é um capítulo à parte.
O encontro das águas acontece diversas vezes ao longo do caminho.


A cada trecho a vegetação se transforma.


Não me canso de ver e sentir a beleza da Amazônia.


O anoitecer é uma caixa de surpresas.
Frio e ventos. 


Aqui ninguém dorme.
Embarque e desembarques a noite toda.


Toda a rotina na Amazônia se dá na beira do rio.
As escolas, comércio, posto de saúde...


Nesta hora que sentimos a presença do Poder Público.


A vegetação resiste em meio ao desmatamento.


É um sobe e desce de mercadorias o tempo todo.


É um sobe e desce de tudo.


O sol é muito forte.
Abusei de protetor solar.


Aqui nos deslocamos pelas veias e artérias da Amazônia.


Almoço.
É uma mistura de alegria e tristeza.
Me sinto um verdadeiro animal buscando sobrevivência.
Cardápio não existe, come-se o que tem.


A vegetação robusta toma conta de tudo.
Insiste em resistir em meio a devastação.
A floresta sangra.


Os tucanos são um espetáculo.
As cores vibram em meio ao negro de suas penas.
 


A igreja Assembleia de Deus está presente em quase todas as aldeias.
Elas exercem um papel importante na evangelização das comunidades.
Tem muito influência dentro das comunidades indígenas.


Visualizei comunidades de todos os tamanhos.
Meu celular não funciona.
Mas o WIFI deles aparece para mim.
Nas comunidades eles tem água, luz, internet.
Segundo a população oferecidas pelo governo Federal.


Aqui todo cuidado é pouco.
A fauna se camufla junto a flora.


A extração de ouro é outro problema.
A ilegalidade está em toda parte.
Prejudicando os leitos dos rios, a fauna, a flora.
Sem contar com as condições sub humanas que esses trabalhadores são submetidos..


Temos diversos tipos de dragas de garimpo.
Aqui o garimpeiro corre da fiscalização com o olho na fauna.
Todo cuidado é pouco.


A infância é roubada pelo sobe e desce dos barcos.
As crianças param de brincar para nos observar, o silêncio é notório.
Fiquei a me indagar no que se passa em suas mentes.
Não consigo projetar seu futuro.
Nascem fadadas à vida na beira do rio.


Sucuris à margens em meio as folhagens.
O rio é traiçoeiro.
Vence o mais forte, o mais inteligente.


Micos pulam felizes de galho em galho.
Adoram se mostrar.
Dão um espetáculo à parte.


As lavadeiras estão por toda a parte.
Mulheres... meninas... mães...
Mostram sua verdadeira força.
Vi seu comprometimento no bem estar da família.
Todas que vi traziam a garra e o sorriso no rosto...


Com todas as desigualdades sociais nossa bandeira resiste.
Ela é um marco de civilidade.
Um sinal de nação.
Nação abandonada, ausente da justiça social.


Em cada ramal uma beleza diferente.
Fotografo paisagens que são verdadeiras telas.


Olha confesso que dá medo ver o desembarque de motos dentro destes barcos.
Não existe seguro para nada na embarcação.
Se cair no rio... Perdeu.


O entardecer é outra paisagem.
Ou melhor outra tela feita por Deus.


O único município que vi com o Porto em funcionamento
Foi no Município de Nova Aripuanã.


O colorido toma conta com as Araras.
É muito amor e ternura externado entre elas.


Pássaros voam livremente.
É uma dança sobre as águas.
  A coreografia brilha nossos olhos.


A sofrência toma conta no bar.
Pablo é o Rei...
As intérpretes parece cantar gritando no balde.


O Porto Público de embarque e desembarque de cargas do rio Madeira, em Humaítá AM e Porto Velho RO, ainda está com sua infraestrutura danificada, devido ao rompimento de cabos.
A área foi interditada...
Tudo embarca e desembarca por essas pranchas de madeira.


Desembarcar foi um alívio.
Volto à estrada com sede de km.


Vou pilotar mais uns 200 km e Porto Velho me receberá de volta.


Depois de alguns desencontros de informações Juju e Jamaica me encontram na estrada.


Felicidade em comer um podrão...
Enfim lanches, hambúrguer...


Aproveitei para conhecer melhor Porto Velho.
Em 2014 não conheci quase nada por aqui.


As caixas D´agua resistem ao tempo dando um toque especial.
As Três Caixas D’Agua vieram dos Estados Unidos para cá, desmontadas em kits, no começo do século XX para servirem as obras da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e à população da época.
A primeira foi instalada no ano de 1910 e em 1912 as outras duas.
Funcionaram até a década de 1950.
Cada uma armazenava 200 mil litros de água


Os trens resistem ao tempo.
Estão abandonados, desativados e enferrujando.
O descaso por parte do poder público é total.
Vejo com tristeza este patrimônio se deteriorando dia a dia.


Como todo Mercado Municipal
Na região Norte as garrafadas roubam a cena...
Curam tudo...
Espinhela caída, dor nos quartos, quebranto, dor no estombo virado, gastura, frieira, pereba...
Xanha, Bode, Impingepilôra,  Impachado...
Nossa é tanta criatividade
Usam Sangue do Dragão, Gotas Milagrosas, Sara Tudo...


De uma carona que dei do Metrô de SP para o Parque Edu Chaves (zona norte) 
Nasceu esta amizade.
Fui visita-las em Porto Velho.


Para Guajará Mirim tive como parceiro de estrada o Jefferson Raça.
Guajará Mirim é a cidade mais antiga do interior de Rondônia.


O trajeto é muito bonito.
Mas as pontes é um perigo à parte.
Madeiras soltas, com pregos sobressalentes.


É bela a construção da igreja.
Por dentro tem detalhes singelos que fazem referência a sua historia e a do seu povo.
Apesar de não ser cuidada da forma que merecia, ela se mantem forte e serena.
Transmite paz ao povo Guajaramirense.


A Estação de Ferro de Guajará Mirim foi transformada em museu.
Vale a pena visitar.
Além de materiais da Estrada de Ferro, dinheiro, utensilhos indígenas o que nos chama atenção são os animais empalhados.


A travessia para a Bolívia se faz por meio de barcos.
R$ 8,00 é o valor da passagem.


No trânsito da Bolívia pode tudo.
2, 3, 4 ou 5 pessoas em cima de uma moto
Inclusive recém nascidos.
Capacetes para que ???
Aqui não se faz uso de equipamentos de proteção.


Outro descaso é em relação a origem dos veículos.
Tudo com origem duvidosa, veículos sem placas de origem, inclusive os da polícia.
Eles tem suas próprias leis que são contrárias a nossa.
Por questões de segurança só andei a pé.


Os Tuk-tuk é um caso a parte.
Não recomendo que  meus amigos façam uso deste serviço.
Nem dos taxis locais.
Moto taxi também não é recomendado.


Vejo as tradições serem mantidas.
Muito forte esta característica entre as mulheres.


Brindamos a vinda com a cerveja Pacenã


Comprei esta panelinha para meu marido na Bolívia.
Difícil foi transportar na moto devido sua dimensão.



Deixo Porto Velho.
E já estou com saudades.



Aqui o calor é de matar.
Mas não posso abrir mão da segurança na estrada.
Pilotagem defensiva sempre.
Respeitando os limites de velocidade.



A felicidade transborda no peito.
Agora vou ao encontro do meu marido Fábio Leal.
Pela 1º vez irá me encontrar na volta de viagem.



Missão cumprida.
Agora sim volto para casa serena, tranquila...



Em Cacoal fui recebida por Gilberto e Estela...
A festa foi contagiante no PUB do Gilberto.




Até o SBT veio me entrevistar.



E pelas estradas continuo a registrar suas peculiaridades.



Deixei o sol e Rondônia.
Entrei no Mato Grosso foram 500 km de muita chuva...
Minha câmera caiu do capacete, quebrou o suporte, mas graças a Deus consegui pegá-la.
Pensou em câmera use a SJCAM adquira  a sua em www.chyk.com.br



O fim da tarde após muita chuva minha Guerreira é quase uma moto anfíbia..
Aqui encontrei este céu avermelhado, lindo e imponente.




Reencontrar meu marido com este por do sol foi sensacional...
Enfim juntos na mesma direção.
Devido problemas em sua motocicleta, Fábio veio ao meu encontro de carro.
Mas isto não importa, o que importa mesmo é que veio.



Às margens do braço do Rio Paraguai, urubus e gaviões dividem a mesma caça.



A família do Demis é show de bola.
Fomos mega bem recebidos.



Retornei no Jornal Carcerense  para uma visita.



Os periquitos dão um toque especial no fim da tarde.
É um balé sincronizado entre seu vôo e canto.



O entardecer no Pantanal emociona.



Em Cáceres ainda temos em pé o último marco do Tratado de Tordesilhas
O Marco do Jauru fica em frente a Catedral.
Sensacional.



A caminho de Poconé temos um trânsito intenso de animais.
Caminham livremente na pista.



A BR 451 é estreita, sem acostamento.
Muito mato na pista
Falta sinalização



Enfim estou na Capital do Pantanal - Poconé



A transpantaneira foi outro desafio devido o trânsito intenso de animais.
De Poconé ao Porto Cercado são aproximadamente 50km.
No trajeto éramos nós e os animais.



Lindo de ver a harmonia da fauna livre pelos campos e floresta.



Pássaros raros por toda parte.



Jaburus voam livremente para todos os lados.



Jacarés de todos os tamanhos dentro e fora das águas, eles nem se incomodam conosco.
Como é proibida a caça crescem livremente.



Dolina - Água Milagrosas
Um dos pontos de mergulho mais deslumbrantes de Mato Grosso está aberto e totalmente azul.
A história aponta que escravos fugiam das senzalas na região cacerense e escondiam-se na pequena caverna na parte superior da encosta.
Eles lavavam suas feridas nas águas azuis, que milagrosamente as curavam em um curto período de tempo. Daí o local receber o nome de Dolina da água milagrosa.
Suas águas carregam uma grande concentração de calcário.
Temos 150 degraus de escada íngreme de madeira.
Mais um trecho de formação rochosa para poder  alcança-la são compensados pelo êxtase do lugar.



Saindo de Cáceres dei um pulinho na Chapada dos Guimarães.
queria que Fábio conhecesse um pouco deste paraíso.



Fomos ao Centro Geodésico.
É exatamente o centro da américa Latina.
Não sei explicar a força centrifuga daquele lugar.
Cheguei com um mega sol, calor de mais de 40º em poucos minutos o vento tomou conta despencando rapidamente a temperatura.
Deixei a Chapada embaixo de uma forte tempestade.



A medida que eu pilotava a chuva me acompanhava ao lado sem me pegar.
Mas foi eu chegar no hotel em Primavera do Leste a chuva me alcançou com toda sua força.
Brindamos com uma Skol (canela de pedreiro) mega gelada



É impressionante como o agronegócio transformou a região.



Obras de reconstrução de pista para todos os lados, é um tal de pare e siga.
Mas não vou reclamar, a obra transtorna um pouco, mas os benefícios ficam.



Cheguei a Barra do Garça, agora mais perto de SP.



Fui recebida por Marcelino dos Aventureiros do Araguaia.
Muito bom rever meus amigos depois de 3 anos distante.



Levei Fábio para conhecer as águas quentes de Barra do Garça.
O Balneário Municipal é maravilhoso e organizado.
Limpíssimo.



Levei também na Cachoeira da Usina.
Águas geladas



De volta a BR a caminho d aparecida do Taboado MS.
Enquanto piloto Fábio registra tudo.



Enfim cheguei a Aparecida do Taboado MS divisa com SP



Participei do Programa de rádio ao vivo.
Rádio Cultura 105,5 FM



Cruzando a divisa.
Agora mais perto de casa.



Em Fernandópolis revi meus amigos que me deram apoio na ida.
Foi muita emoção reencontrar esta dupla.



Agora pertinho da capital.
Em Jundiaí, amanhã cedo chegarei em SP.



Uhuuuuuuu...
Missão cumprida...
Coração apertado para rever meus amigos...



A emoção tomou conta de nossas vidas...
Meus amigos me escoltaram até a Rua General Osório.
Mais conhecida como Rua das Motos
O maior polo de compras de artigos motociclísticos da América Latina...
Paramos a marginal e as ruas com nosso grupo.


Com apoio 
Associação dos Lojistas das Rua das Motos
Pedrinho Bancos
Capacetes Norisk
Mobil Lubrificantes
Rádio 66 FM 
Dailus Color
Johnny Bordados
Chyk Foto e Vídeo
Olímpio Carneiro Turismo
Actos Assistência Odontológica
Pude realizar mais este projeto.



Ganhei a 1º página da revista eletrônica de Motoclubes



Com apoio foi muito mais confortável.
Obrigada pela confiança.



Amigos que me apoiaram



Em especial agradeço...



Por todas as viagens..